quarta-feira, abril 12, 2006

Quem é que precisa de ser protegido!?!?

No passado dia 6 de Abril num dos jornais diários gratuitos, o Sr. Rui Pedro Batista escreveu uma crónica de título ?E quem protege os fumadores??. Claro que, devido ao meu interesse, foi a primeira coisa que li nesse jornal. O Sr, Rui Batista começa bem, afirmando o que todos já sabemos: que o tabaco faz muito mal à saúde e que os fumadores passivos não têm que ser obrigados a inalar a nicotina provocada por terceiros. Conclui este parágrafo com uma conclusão, na minha opinião, inocente, ou seja, que estamos todos de acordo com estas afirmações. Todos quem? Os fumadores e os não fumadores? Não me parece. Se assim fosse, não havia necessidade de uma lei mais rígida que realmente protega os fumadores passivos.

O que escreve a seguir ainda é mais caricato. Segundo este senhor ultimamente parece que se está a fazer uma perseguição aos fumadores. Coitadinhos dos fumadores que andam tão oprimidos ultimamente que precisam de ser protegidos. E os fumadores passivos? Quem é os protegeu estes anos todos? Parece-me que nos estamos a esquecer de um ponto importante nesta questão. Quem é que está a degradar a saúde de quem? Quem é que realmente precisa de ser protegido?

A ideia do Sr. Rui Batista em criar locais para fumadores e locais para não fumadores é novamente inocente. Quem é que decide? Os proprietários dos estabelecimentos? Se esta ideia tivesse pernas para andar, já estava implementada neste momento e não era preciso uma nova lei. Quem é que está a impedir os proprietários de proibirem o consumo de tabaco nos seus estabelecimentos? A ideia até podia ser aplicável num país onde houvesse mais bom senso, mas estamos em Portugal. Bem que podíamos esperar sentados.

A analogia, nesta crónica, dos diferentes tipos de restaurantes é cómica. Segundo o Sr. Rui Batista, existem restaurantes vegetarianos e restaurantes de comida menos saudável, portanto, seguindo esta ordem de ideias, deveria haver restaurantes com fumo e restaurantes sem fumo. O problema é que a analogia não parte de uma premissa válida. Quando vamos a um restaurante, não somos obrigados a comer o que os outros clientes estão a comer.