segunda-feira, junho 30, 2008

Restaurantes para fumadores sem controlo

in "Portugal Diário"

"Um estudo da Confederação de Prevenção do Tabagismo conclui que a fiscalização da ASAE aos restaurantes onde é permitido fumar-se não está a ser suficiente e onde «a confusão é total», avança o jornal Diário de Notícias.

A principal conclusão deste estudo realizado entre Fevereiro e Abril em Braga, Bragança, Lisboa e Faro aponta para a violação da lei antitabaco, que amanhã faz seis meses.

«Dos 129 estabelecimentos avaliados, escolhidos aleatoriamente, verificou-se que a grande maioria deles, 71por cento, optou pela proibição total do fumo, 11 por cento eram áreas azuis e 18 por cento tinham zonas mistas», disse ao jornal o presidente daquela confederação, Luís Rebelo.

Nos estabelecimentos com dístico vermelho, onde é proibido fumar, apenas existem sete por cento de incumprimentos. «Em todos os outros é a confusão geral», considera Luís Rebelo, tendo em conta o estudo.

«Cada um tem o sistema de ventilação à sua maneira, desde grelhas, ventoinhas de todos os feitios, há de tudo», acrescenta aquele médico, que atribui a confusão à «falta de clareza da lei», que, «ao que tudo indica, terá de ser mudada».

E defende: «Por não haver sistemas de ventilação eficazes, como já foi provado do ponto de vista científico, não é possível regulamentá-los e os espaços comerciais fazem arranjos mínimos, que às vezes passam apenas por limpar as grelhas da ventilação e colocam um dístico azul».

Fraca fiscalização

O Diário de Notícias refere que, segundo a ASAE, foram abertos 300 processos de infracção à Lei do Tabaco nos primeiros quatro meses do ano, mas, segundo Luís Rebelo, a «inspecção aos restaurantes está a ser insuficiente». São feitas sete denuncias por dia, o que está longe do número de processos instaurado.

Rebelo denuncia que há vários restaurantes que tinham o dístico vermelho, mas que agora estão trocar pelo azul, permitindo assim o fumo, uma vez que não existe fiscalização."


Crianças aprendem com nova lei do tabaco

in "Portugal Diário"

"A partir do dia 1 de Janeiro deste ano, entrou em vigor a nova lei do tabaco, que limitou o fumo em espaços públicos. Três meses depois da nova legislação, o balanço é positivo para a coordenadora do núcleo regional norte do Programa de Educação para a Saúde da Liga Portuguesa de Luta contra o Cancro (LPCC), conforme noticia a Lusa.

«A entrada em vigor da lei foi muito importante porque as crianças se começaram a aperceber que afinal o hábito não é assim tão normal e que não é um comportamento aceite nem desejável socialmente. Esta lei vai ter efeitos a longo prazo nas crianças que nunca experimentaram e que agora sabem que fumar não é um hábito social desejável», explicou Cristiana Fonseca.

Para a coordenadora, os efeitos da nova lei começaram a sentir-se «logo no primeiro dia»: «A maioria das crianças sabe que fumar faz mal, até porque está escrito nos maços de tabaco, mas achavam que era um hábito aceite socialmente. Hoje, vêem que os pais não podem fumar à mesa do restaurante e que têm de ir para a rua para o fazer».

Vício começa na adolescência

Os jovens são uma faixa etária de risco, porque é aí que a maioria começa a fumar. «A idade de risco está na transição da infância para a adolescência, dos 11 até aos 13, 14 anos», pois as crianças começam a sentir-se «mais soltas, convivem com colegas muito mais velhos, têm mais liberdade de horários e, muitas vezes, estão mais longe de casa».

A juntar a isto o facto de os jovens adolescentes procurarem permanentemente a integração num grupo, estão reunidas as condições que «permitem a experimentação». A nova lei do tabaco veio ajudar o trabalho de prevenção da LPCC e, segundo Cristiana Fonseca, mudou a ideia de «quem está mal muda-se», para «as regras são para cumprir»."