segunda-feira, novembro 20, 2006

Tolerância excessiva

Fico sempre espantado com a excessiva tolerância das pessoas. O fumo de tabaco faz mal, principalmente quando condensado em locais fechados. No entanto, é uma situação permitida, tolerada e socialmente aceite. Como é que justificas isto? Se mata, como é que se pode permitir uma situação destas? Não entendo a passividade das pessoas. No final, quem levanta a voz em sinal de protesto é que fica a ser o mau da fita. Os não fumadores são vítimas. No entanto, parece que é ao contrário.

Eu não me oponho a que ninguém fume. Mas a liberdade não pode ser apenas para um grupo de pessoas. Tem de ser para todos. E se um fumador tem o direito de fumar, eu acho que tenho o direito de respirar, provavelmente ainda com mais legitimidade. Contudo, o fumador polui o ar que eu respiro, logo as duas actividades são incompatíveis em simultâneo. Quem deve ceder? O não fumador que apenas está a respirar? Ou o fumador que está a exercer o direito a um vício individual que lhe dá prazer mas que prejudica quem o rodeia?

Se me vais responder com: "Quem estiver mal que mude.", eu respondo-te que nessa situação estamos a condicionar a liberdade individual, garantida pela constituição, de um grupo de pessoas por causa do vício de outro grupo. Será justo? Eu até nem me importaria muito com esta situação se houvesse oferta nesta área. Mas a realidade é que não há, pelo menos em número suficiente, locais públicos sem fumo, como: restaurantes, cafés, shoppings, cabeleireiros e até casas de banho.

Nós sabemos porque motivo os fumadores estão tão defensivos. Os fumadores já sabem que o resíduo provocado por eles faz mal aos outros. Porque fumam então na presença de outras pessoas? Eu digo-te. Falta de respeito. Falta de civismo. Preguiça para se deslocarem para uma área mais adequada. Por acharem que o fumo do seu cigarro vai "evaporar" no ar e desaparecer, não afectando assim mais ninguém. Por acharem que a satisfação do seu vício é mais importante que a saúde das restantes pessoas. Em suma, por egoísmo e preguiça.

Podes chamar-me fundamentalista se quiseres. Não concordo mas tens o direito à tua opinião. Eu gosto mais de pensar que estou a lutar pelo meu direito de não fumar. Pelo direito à minha integridade física, garantido pelo artigo nº2 da constituição. Pelo direito de ser eu a decidir se quero morrer de cancro do pulmão.

Os fumadores passivos são isso mesmo, demasiado passivos!

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