sábado, maio 05, 2007

A lei do tabaco passou na generalidade. E agora?


A lei do tabaco foi aprovada na generalidade, no Parlamento, no dia 2 de Março de 2006. Fantástico!

A única nódoa deste acontecimento foram os comentários infelizes de alguns deputados fumadores, principalmente do Bloco de Esquerda, que apenas se preocupam com os direitos adquiridos dos fumadores de fumar onde lhes apetece; de desviar as atenções com argumentos relativos a outros assuntos, como o álcool; e claro, de acusar de fundamentalista a lei que obriga o fumador a levantar o rabo da cadeira do restaurante para ir fumar onde não incomode/agrida ninguém.

A lei foi aprovada na generalidade. E agora? O que vai acontecer à lei na especialidade? Será que o "lobby" dos fumadores vai conseguir deturpar este texto de forma a manter tudo como está agora? Será que se vai perder o objectivo da lei, que é proteger os fumadores passivos desta praga? Temos de esperar para ver.

É evidente que nenhum fumador vai gostar desta lei. Ela obriga-o a ter de se preocupar com terceiros. A nova lei obriga-o a pensar nas consequências dos seus actos. A nova lei retira-lhe o conforto de poder acender um cigarro imediatamente a uma refeição. É realmente um grande inconveniente para os fumadores! Quase comparável com os esforços dos fumadores passivos, hoje em dia, quando procuram um espaço sem fumo para "estar".

Numa análise retrospectiva, a culpa desta lei é dos próprios fumadores. É culpa é toda deles! Já houve um tempo em que os cigarros eram apagados na presença de uma grávida. Já houve um tempo em que havia civismo e sentido de comunidade. Em que o mundo ia além do nosso próprio umbigo. Já não é assim! E agora o estado, acusado de fundamentalista, teve de intervir no sentido de proteger as vítimas desta praga, garantindo assim os direitos de todos. Aplaudo a atitude do governo e espero que os próximos debates na especialidade não me façam retirar este elogio.

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